sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Mentiras

Diz que está na mesma. 
E sempre que o diz perguntam-lhe como é que é isso, que não é possível, que nunca se está na mesma. Mais ainda depois de tantos anos.
Repete que sim, que está igual, que não houve nada, de entre livros, filmes ou pessoas que a incentivasse a diferenças. Diz que está igual e estar igual é estar triste como triste é a casa onde se arreda do mundo.
Eu digo que não está igual. Está mais triste, e fica mais e mais de cada vez que diz que está igual... E sabe disso, mas mentir é tão mais fácil. Mentir e ficar igual...



Foto: Wealan Pollard

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

A (Minha) História Moderna do S. Martinho ou A História de como o S. Martinho Alegrou a Menina Triste



No princípio desta história havia apenas uma menina. A menina pensava que era alegre, acreditava que era feliz, mas sabe-se hoje que mendigava, ainda que não soubesse disso. Mendigava porque tudo o que vivia eram apenas trocos, migalhas de felicidade impossíveis de comparar àquilo que viria a conhecer.
E assim a menina ia vivendo, como um mendigo triste e despido num cenário de chuvas fortes, ventos e tempestades.
Mas depois tudo mudou. E mudou quando conheceu um menino que, aos poucos, lhe tomou conta do coração e do resto de que ela é feita... a menina começou a sentir-se diferente... E há medida que a paixão crescia e o amor se instalava e adensava, a menina percebeu que tinha recebido, de presente o Sol.
E hoje a menina ama tanto esse menino... Tanto que se percebe que hoje tudo é feliz com eles...
Esse menino que a menina ama faz anos hoje! Eu acho apropriado que faça porque já viram que ele é capaz de trazer, assim, o sol?

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Uma qualquer pontuação


Tempo demais sem escrever aqui seja o que for... A vergonha já me pesa...
Assim, e porque não sei se é mesmo um ponto final o sinal indicado para pontuar o meu blogue, assumo a pausa. A verdade é que esta praia que sou eu de várias maneiras já não está deserta... E assim parece ter chegado ao fim o seu propósito!
Não vou eliminar o blogue. Quem quiser poderá sempre passear-se por aqui! Mas há já muito tempo que não alimento esta praia e um espaço destes preciso de alimento frequente sob pena de se deixar ficar moribundo e desaparecer.
Assim ponho-lhe um ponto qualquer (talvez final!); um que explique que eu cá dentro sou uma praia cheia e que não consigo vir aqui para as solidões. Deixaram de me apetecer as solidões!
Deixo beijinhos a todos... a todos, todos! E um obrigada sentido! Não tenham pena...
Eu fui com as gentes........

Imagem retirada daqui

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Bom dia!


Há lá melhor coisa de acordar que com mimos?! Estar assim, a dormir sono profundo, e anunciarem-nos que é manhã com mimos e miminhos, festas e carinhos, e um 'Bom dia' sussurrado e baixinho porque o dia ainda não fala alto do lado de fora das janelas. Há lá melhor maneira que sabermos que amanheceu outra vez, mas desta vez com a beleza dos dias sem pressas, ainda que o dia viesse, como o de ontem, a ser de correrias. O fim de semana chega-nos só amanhã! Há lá melhor maneira de acordar do que com mimos, e sentir que há amor ali ao lado, dentro de nós, por todos os cantos do quarto onde dormimos? Não... Não há! Sei que não há! Com mimos é a melhor maneira de se acordar...

Imagem: Ingram Publishing

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Razões


Estive muito tempo afastada aqui do blogue e ando a sentir há algum tempo que devo uma explicação a quem (ainda) vem aqui à espera de novidades.
Para além da falta de tempo que uso frequentemente como desculpa e só serve para desculpar um bocadinho (pequenino), outros motivos se levantam para isto andar assim paradinho.
A verdade é que as palavras me saem melhor quando estou triste ou com poucos motivos para alegrias e eu tenho andado feliz, feliz, feliz...
Mas gostava de assumir um compromisso de vir cá deixar palavras com mais frequência, de me treinar nos mundos das ficções mais tristonhas para escrever mais vezes. Ou então aprender, de uma vez, a escrever alegrias.
É que, acreditem, eu tenho muito jeitinho para ser feliz! Mas para escrever felicidade... só se for lá com trabalhinho!

Imagem encontrada no Google sem referência ao autor

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Recomeço


Um dia acordei e notei que alguma coisa me doía... Sem me levantar, de olhos pregados no tecto, vasculhei mentalmente a minha ideia do que são as partes que me fazem um todo e não era nenhuma dessas que me doía...
Nao era de dentro que vinha a dor! Era, portanto, de fora...
Ainda deitada, e depois de me embrenhar em pensamentos filosóficos nunca antes desbravados concluí a única coisa que me era possível concluír... Doía-me o mundo! Era isso, em verdade absoluta.
Decidi esvaziar-me do mundo... Sem coragem para tirar, de mim, a minha vida, a fuga pareceu-me o caminho mais fácil e sensato para me acabar a dor.
Saí da cama e escolhi com tempo uma das malas que tinha por casa. Pus lá apenas aquilo que é mais meu, as poucas coisas sem as quais não consigo viver. Pus a vida numa mala, saí, fechei a porta à chave e fui até à estação de comboio.
Quando o comboio chegou eu já não estava lá...
...
Deixei a mala para ir...
Eu... voltei para casa!

Imagem encontrada no Google sem referência ao autor

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Dias normais


Como poderão os dias ser normais se me ofereces, de presente, rosas brancas, só porque chego a casa ao final de mais um dia?

Nunca poderão ser normais os dias contigo! Nem quero que o sejam nunca! A menos que dias normais, sejam dias assim como as rosas brancas: suaves e bonitos!

Já te disse "Obrigada!" hoje?!

Foto de Marta Baptista

terça-feira, 1 de julho de 2008

Estória Real

Conta-se assim:

Eu tenho um amor que me tem a mim. Mas ele está longe e não consigo tocar-lhe como queria, nem beijá-lo quando me apetece ou adormecer depois de horas a olhá-lo a dormir (assim, como deveria ser!)…
Tenho um amor (e ele a mim) e gosto muito dele. Gosto tanto dele que fico imensamente feliz quando lhe vejo sorrisos e aperta-se tudo cá dentro quando ele está triste.

Já senti tantas saudades dele! Mais que saudades dele… já lhe senti tanto a ausência! E que ausência que se sente!! Grande, grande, grande! Como grandes são as coisas grandes e até as pequeninas que fazemos quando estamos juntos!

Vamos acabar com estas distâncias e, para isso, eu vou buscá-lo ao sítio onde ele está e voltaremos juntos para o sítio onde eu tenho ficado a sentir a falta dele.

A varanda que ele (ainda) lá tem é bonita e de lá vê-se o mar e um ilhéu bonito feito em dois bocados!
Daqui a uns dias vou acordar, na primeira de muitas manhãs com ele e vou ver as maravilhosas belezas que se vêem daquela varanda. E vou sentir ainda mais forte esta certeza de que a minha maior beleza é ter um amor como ele e ele me ter a mim.

Foto de José Araújo

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Último Adeus


Finalmente as coisas tomam o seu rumo de deixarem as intermitências entre o ter-te e o não te ter (ter-te - não te ter; ter-te - não te ter; ter-te - não te ter...)
Por mais tempo que ainda falte, percebem-se as coisas a acontecer e o caminho a encaminhar-se para o dia em que chegaremos finalmente onde queremos (a Casa!).
Que bom que é saber que nos despedimos das despedidas! Que nos despedimos com este último 'até já' que, mais uma vez, provocou esta intermitência de deixar de te ter (enquanto não te tenho sem intermitências).
Já fizemos, juntos, a despedida das despedidas, e agora, por mais que o tempo pareça demorar-se (se parece!!!!), sabemos que depois deste último adeus, já não virão outros que nos roubem a este Nós que, cheio de paciências, tem esperado pelos dias sem distâncias pelo meio.
Aguardo o futuro sem intermitências, aquele onde os teus braços não me vão fugir, nem os teus beijos desaparecer-me dos lábios. Já falta tão pouco...
Pensando bem, este último adeus já soube a regresso... Porque, juntos, nos despedimos das despedidas!

terça-feira, 3 de junho de 2008

Corre.......

Ai se eu pudesse fazer voar o tempo... Baralhar os ponteiros dos relógios e fazer voar, de um sopro, folhas diárias de calendários...
Ai se eu pudesse acelerar o tempo, este que eu gosto de sentir a passar ao seu ritmo normal de dia após dia...
Há alturas em que apetece fazer o tempo correr... Há alturas em que sabemos que o que está para vir é tão bom que o que apetece é fazer o possível para ver o tempo a correr até chegar à folha de calendário que se quer alcançar com ânsias de ser (mais) feliz...
Ai se eu pudesse, punha-me atrás do tempo para incitá-lo a fugir... Apressava-o! Ai... Se eu pudesse... Soprava com força os ponteiros dos relógios na esperança de os ver acelerar com a força da minha vontade que eles corram...
Como gostava de poder baralhar o mundo e pedir ao tempo para correr por Nós!
É que, às vezes, parece que tudo parou... Parece mesmo que alguém congelou o tempo...

Imagem: Photodisc

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Sonhar(-nos)


Sempre fui de sonhar muito... Com cenários, com momentos, com pequenices que costumava chamar 'pormenores de perfeição'... Sempre fui de acreditar que os sonhos que tinha acordada eram uma outra maneira, mais bonita, de chamar os projectos e fui sempre, sempre, de tentar puxar à realidade as coisas que ía sonhando. Assim, as coisas lá íam acontecendo e eu ficava contente porque misturava este jeito de sonhar com esta mania que eu tenho de querer viver a vida.
O meu amor também é de sonhos... Gosto que ele seja assim sonhador de possibilidades, de coisas grandes e pequeninas. Gosto que ele sonhe e gosto muito de sonhar com ele. Por vezes passamos horas seguidas a ser sonhadores juntos (Que bom!)...
Ainda assim, mesmo sendo sonhadora desde sempre, hoje percebo que nunca consegui sonhar a perfeição, mesmo quando pensava sonhá-la... por maior que me parecesse o sonho, foi sempre mais pequeno que esta realidade de te ter encontrado (e tu a mim) e de viver esta vida acordada e ao teu lado.
Pensei que sonhava o mundo quando me sonhava a mim... Mas só comecei a sonhá-lo quando sonhei o Nós.

Foto de Claude Tenot

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Sempre!


A todos os que percebem a importância de Abril e tentam, todo o ano, que não se percam as conquistas de então:
Boas comemorações!

Aos que não sabem, não querem saber, não pensam ou não sabem pensar, que há tantos por aí:
Abram os olhos!!!

Foto de Eduardo Gageiro

terça-feira, 15 de abril de 2008

Ensinamentos


Não sei ensinar palavras de amor... Sei dizê-las (pois, se as sinto...!) E dizê-las é, por vezes, tão fácil, como fácil é olhar para coisas belas e apreciá-las.
Mas ensina-las não sei! Não saberia sair de casa, pasta na mão, toda feita a ir leccionar palavras de amor a outros que não soubessem dizê-las. Eu, isso, não sei fazer (e no entanto é tão fácil dizer-tas!)...
Não saberia explicar por regras sintáctico-semânticas o uso do léxico (que trocamos) adequado a amanheceres, a anoiteceres e a outros momentos do dia.
Não saberia explicar casos-excepção (como quando se cala a boca e se põem os olhos a dizer palavras amorosas), nem a curva de entoação ideal para enfeitar essas palavras que digam o amor! Não consigo imaginar-me a ensinar por combinações de sons vocálicos e consonânticos a maneira mais bonita de se dizer que se ama...
Mas penso... Quem precisa aprender estas coisas? Só quem não as sente e quem não as sente não precisa saber dizê-las!
Eu digo (-tas)! E todos sabem porquê...

Imagem de Charles Tatcher

segunda-feira, 31 de março de 2008

Dois Anos


Quem costuma passear por estas areias já sabe que eu gosto do tempo que passa, de vivê-lo e de comemorar a sua passagem.

E é por isso que hoje venho aqui para assinalar os dois anos de existência desta praia por onde alguns se têm passeado e deixado marcas, pegadas nesta areia lisa de praia deserta.

Faz hoje dois anos que criei esta praia e ainda não me cansei dela nem me parece estar próximo esse dia do cansaço...

Vou continuar! E aqui assinalo: Faz hoje Dois Anos esta Praia Deserta, que começou pequenina... Que está já tão grande...

Haja tempo!!!... E ele que passe...

Imagem de John Knill

segunda-feira, 24 de março de 2008

Anda...


Anda... Vem daí... Larga esse mundo que me dizes que há aí desse lado mas onde eu não estou e vem ter comigo.
Anda apagar-me esta ausência de mim que me habita a cada dia que não te vejo nem te dou os bons dias ao ouvido logo pela manhã...
Anda, vem roubar-me aos dias a tua ausência que não me faz falta e preenche-lhe o espaço com a presença de ti e de quem és...
Anda daí e traz-me de volta a mim porque (já te disse!) sou outra desde que sou contigo... Sou outra ou Sou (simplesmente).
Anda... vem depressa até à minha porta (como de outras vezes)... Eu estarei lá para a abrir e encostar a minha mão aberta à tua que vem a chegar!
(Quem me dera hoje!)
Anda... vem até aqui... Aqui onde eu espero que me roubes, à vida, esta ausência de ti...

Imagem de Pedro Moreira

sábado, 8 de março de 2008

Tanto por fazer

Não, não vou sair esta noite...

Não, não vou jantar com as minhas amigas!

Não, também não vou embebedar-me porque é dia 8 de Março!

Não, não vou assobiar a todo o homem que passar por mim!

Não, não vou ver homens a despirem-se em lado nenhum!

Ah! E sim... lembrei-me muitas vezes delas... aquelas que apenas por serem Mulheres, não podem ser mais nada...

Tanto ainda por fazer...

Imagem de Charles Gullung

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

1, 2, 3... 12 palavras

Em resposta ao desafio lançado no Tons de Azul

Eu gosto muito de palavras... Mas, mais que as palavras, o que eu gosto mesmo muito é do que se fala quando se utilizam algumas palavras de que eu gosto... Significados que não se encontram dentro de dicionários. Por exemplo:
Um Sorriso (subst. masc) não é a «manifestação que se faz, sorrindo, e que exprime um sentimento de benevolência, simpatia ou ironia». Um sorriso são os teus lábios a falar-me de amor.
Ou o Amor (subst. masc) não é «viva afeição que nos impele para o objecto dos nossos desejos; inclinação da alma e do coração; objecto da nossa afeição»...Não... Nitidamente! O Amor é exultar os dias ao teu lado.
A Música (subst. fem.) nunca é apenas a «arte e ciência de combinar harmoniosamente os sons», é uma maneira de viver a vida e de lhe colocar, como nos filmes, uma banda sonora que nos enfeite os dias!
Também uma Ponte (subst. fem.) não é uma simples «construção que liga dois pontos separados por curso de água ou por uma depressão de terreno». Ponte é aquilo que temos andado a construir, este laço que nos une e nos faz chegar um ao outro com tanta naturalidade.
Dizer que Coragem é a «firmeza de espírito, energia diante do perigo» é, também, dizer tao pouco...Porque coragem é correr o risco, aceitar a saudade e lutar contra ela, é ter medo mas ir em frente.
Como podem as Mãos (do singular Mão - subst. fem.) ser apenas a «parte terminal dos membros superiores do homem»? Nunca... As tuas mãos são um porto seguro, o lugar onde me quero deixar ficar.
E o que é uma Gargalhada (subst. fem.)? Não é (não é!) uma «risada franca, ruidosa e demorada». Onde se percebe aqui o rasgo, o estrondo; onde está a alegria?
Assim como o Verão (subst. masc.) é muito mais que a «estação do ano imediata à Primavera e anterior ao Outono»... Onde se perdeu o calor, a praia,os dias longos, as esplanadas e as roupas leves?
Também o Aniversário (subst. masc.) não se define como o «dia em que se completam anos de idade»... É uma comemoração, é festa, amigos, sonhos novos, novinhos...
E a Beleza (subst. fem.)... Como pode a Beleza ser apenas a «qualidade do que é belo»? Onde se vê a beleza nas linhas do dicionário (onde estamos Nós?).
E o Silêncio (subst. masc.) que é, tantas vezes, muito mais que o «estado de quem se abstém de falar»... Quantas conversas tivemos já em silêncio?
Por último pergunto... Como pode a Vida (subst. fem.) ser só o «espaço de tempo decorrido entre o nascimento e a morte»?

Deviam existir dicionários com corações a bater lá dentro. Só assim se perceberia o valor destas (12) palavras...

Post-Scriptum: lanço este desafio à Tânia, à Catarina, ao Melo e ao Montenegro (só para não chatear mais ninguém!)
Todas as definições encontradas aqui
Imagem de Keith Brofsky

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Da Realidade


Desde que me entraste realidade adentro, o mundo reformulou-se por inteiro... Não sei contar as alterações no mundo, porque acho que são só os meus olhos a ver a maneira como as cores se alteraram ou a forma como os ponteiros dos relógios parecem ter enlouquecido (umas vezes a correr que nem loucos, outras entorpecidos e pachorrentos)..
Desde que me entraste realidade adentro, até os meus sonhos mudaram... Não os sonhos em si... esses continuam (nem tu quererias que eu os perdesse porque gostas de mim sonhadora), mas apareces-me por lá, a dar-me a mão nas conquistas e nas derrotas... Como se te tivesses esgueirado para lá da realidade por onde me entraste... És a minha nova maneira de sonhar...
O mundo mudou todo desde que me entraste realidade adentro... E sei que não é um sonho, porque nunca consegui sonhar nada assim... Até o mais perfeito dos sonhos, aquele onde eu sonhava Amor, nem esse conseguia alcançar esta realidade de me entrares mundo adentro e deixares-te ficar...

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Janeiro, Fevereiro...

Nunca vivi Março contigo. Não tenho especial carinho pelo Março (nem por qualquer outro mês do ano), mas Março foi tempo que nunca atravessei contigo...
E só por isso, quero que venha este Março para poder conhecê-lo como não o conheci nunca e apresentar-me a ele: "Olá - direi - sou eu e venho apaixonada!"... Não irá responder-me, o mês de Março, porque julgo saber que os meses não respondem às pessoas, mas quero apresentar-me na mesma ao Março que vem, porque não me conhece! Sou outra desde que sou contigo...
Direi: "Olá, Março! Sou eu e venho com a bagagem cheia de amor"... Não vai responder-me na mesma (julgo...) e não me importará que não responda! Importa-me apresentar-me e atravessá-lo contigo.
E, na travessia do Março, saberei que virá Abril e então vou lembrar-me: "Nunca atravessei Abril contigo e Abril não me conhece"... E quando chegar, já sabes, apresento-me e apresento-te e atravessaremos também Abril...
Quantos meses ainda não nos conhecem...? E quantos anos?

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

ABC...


O mundo tem muitas letras que fazem palavras que compõem textos, que compõem versos, poemas e livros que (d)escrevem o mundo...
O mundo é feito de letras que nos escrevem a todos; que me escrevem a mim e te escrevem a ti e nos escrevem a Nós... e eu gosto de me ver nelas ou de me escrever com elas e de te meter pelo meio destas maneiras que eu arranjo de me (d)escrever... Gosto de escrever o que é isto de ser eu contigo...
O mundo tem as letras que precisa para (d)escrever o que nele existe, mas para o que existe em Nós é que eu não sei, às vezes, juntar as letras que expliquem o Nós a quem não o saiba entender...
Gosto de letras e há muitas no mundo! Basta olhar o mundo para lhe ver as letras que se podem juntar e formar palavras e poemas e versos e livros e que podemos baralhar como se faz com as cartas e voltar a escrever novos mundos, como eu gosto de fazer contigo!
É com as letras do mundo que eu te falo, e tu a mim, e dizemos todas as coisas que não saberíamos dizer se não houvesse as letras que há por aí... Dizemos as letras do mundo até quando não abrimos a boca porque os olhos (pelo menos os nossos!) também sabem o alfabeto...
Os meus sabem soletrar-te o que me vai cá dentro... E os teus também!

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Estremeço


Por ti, estremeço! Que delícia, este estremecer! E é um sobressalto que me assalta de cada vez que me trespassa nem que seja apenas a ideia de que existes no mundo e existes em mim... Um súbito abalo de terra que me faz olhar ao redor apenas para perceber que nada treme à minha volta sem ser eu.
Por ti estremeço e, no entanto, há uma calmaria neste meu gostar de ti... Como se o mar de Verão fosse a imagem das certezas de te gostar... Aquela calma das conversas que não se servem de palavras para acontecer e dos silêncios confortáveis e apetecíveis...
Por ti estremeço... Mas estremeço e nada se destrói, nada se parte, nada cai ao chão... Tudo se constrói e orienta num só sentido... Aquele que é o de me deixar feliz, calma e sobressaltada quase, quase, ao mesmo tempo...
Entre calmarias e este estremecer que eu tenho de gostar de ti, corro os dias com a felicidade e a satisfação e o prazer estampados no rosto e não há quem não os veja.
Que delícia, este estremecer...

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Não há longe


Dizem-me as cartas topográficas que estamos longe! Falam-me de quilómetros, de milhas... Dizem-me que estamos longe mas é mentira... Não sabem dos projectos, nem do tudo que me dás ou do que te ofereço a cada hora...
Dizem-me as cartas topográficas que estamos longe... Falam-me de latitudes, altitudes, longitudes... Dizem-me, mas mentem! Não sabem quanto vivemos, quanto sonhámos, quanto construímos antes de ires e de eu ficar!
Falam-me as cartas topográficas de coordenadas e gritam-me que estamos longe! Não estamos! Não sabem quanto de ti ficou e quanto de mim levaste quando partiste... Não sabem que há um Nós que é mais do que a soma de um eu com um tu...
Não sabem de nada sem ser de distâncias, essas cartas topográficas que me dizem disparates e mentiras... Não sabem que o perto e o longe sentem-se cá dentro e eu, cá dentro, sinto-te a ti... Não podes estar longe...

sábado, 12 de janeiro de 2008

O Sol para mim


Pronto... Bastou ires embora para voltarem os dias cinzentos e a chuva da qual não gosto! Quando estavas de chegada avisaste-me que me trarias, de presente, o Sol. A minha primeira reacção, depois do sorriso inicial, foi não acreditar que andasses com o sol nas malas de viagem.. Mas a verdade é que quando chegaste o céu vestiu o seu mais vistoso tom de azul claro e o sol passeou-se nele durante todos os dias...
Cumpriste a promessa de me trazer o Sol e eu, ao vê-lo a brilhar no céu azul claro, clarinho, percebi que, afinal, sempre tinha acreditado que o trouxesses...
Não tive mais solução depois disso... Quem me traz assim o Sol de presente só pode ficar comigo presa... Eu gosto tanto do Sol... E voava, se pudesse, até ao sítio onde ele se passeia num céu azul clarinho... Ía ter contigo... Porque é onde estás que ele brilha e onde quer que vás trazes sempre o seu brilho dentro das malas de viagem...

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Um (outro) Mundo (Tuvalu)

 
Sabes o que devíamos ter, amor? Um mundo só... Um que fosse feito de misturas destes dois que temos e que o substituísse como se outros mundos fossem só cenários fotográficos onde por vezes aparecemos...

Um mundo de camas insufláveis viradas para onde o sol se põe, de cestos de fruta cheios de uvas e peras, de bicicletas voadoras a descolar em pistas de aeroportos... Um mundo de barquinhos tamanho T0 onde pudessemos navegar com o vento e a nossa vontade de visitar as ilhas que já são nossas ainda que nunca tenhamos lá estado juntos...

Sabes o que devíamos ter, amor? Um só mundo... um onde a força das nossas mãos nunca se extinguisse, ou o calor dos beijos não se entregasse ao Janeiro da partida, ou o barulho das conversas e das gargalhadas não se apagasse...

Penso neste mundo que devíamos ter e, ao mesmo tempo, percorre-me os dedos que escrevem uma certeza inabalável que esse mundo existe dentro de nós e em mais ninguém porque o criámos quando conversávamos, sonhadores... Existe um mundo de camas insufláveis, de cestos de fruta, de bicicletas que voam, de barquinhos tamanho T0, de mãos, de beijos, de conversas e gargalhadas... Só nosso e de mais niguém!

Consegues vê-lo também?

Imagem do filme Tuvalu, de Veit Helmer

domingo, 6 de janeiro de 2008

Praia deserta plagiada 28 vezes


Chegou-me agora uma informação que me deixou profundamente irritada! Existe um blogue que plagiou 28 textos meus, escritos aqui nesta praia...
Acreditem, é bem frustrante!
O blogue em causa é o Lê-me nos Lábios da "autoria" de uma senhora que se intitula Lady C. e se assume como jornalista (deve ser daquelas bem credíveis!)...
Continuando... este é um espaço que até parece ter um número consideravel de visitantes, algumas pessoas a comentar (os meus textos) e, qual não foi o meu espanto, quando vejo as minhas palavras assinadas por outra pessoa...
28 textos, não é pouca coisa, não...
Ela vai ao cúmulo de dedicar um texto que eu escrevi para a minha mãe e, fazendo-o passar por um texto dela, dedica-o à sua mãe... É bem revoltante!
Curioso (bom, talvez dizer curioso seja dizer pouco) é um outro aspecto que também se pode ler no blogue em questão... Há um tempo o meu amigo Montenegro desafiou-me a preencher um inquérito e a postá-lo aqui na praia. E não é que a dita Lady C., a tal "autora", quase copia as minhas respostas... vejam, vejam.. Incrível!
Já fui lá, vasculhei o blogue de ponta a ponta, e comentei todos os meus textos! Todinhos! Não acredito que ela permita que os meus comentários fiquem por lá, até porque não fui lá muito cordial... Provavelmente irá apagar os meus textos, ou ao menos, colocá-los entre aspas, como deve ser, com o meu nome lá em baixo! Por isso, se quiserem espreitar antes que seja tarde, vão lá ver... Vão ver... "Lê-me nos lábios" é uma farsa, escrito por uma suposta jornalista de 30 anos que... não escreve... Bela jornalista, não?!


Post-Scriptum: Parece que a senhora ganhou a vergonha na cara que lhe faltava e eliminou o blog... É pena! Gostava que mais pessoas pudessem ter tido a oportunidade de aceder aos links... Enfim... Pergunto-me apenas porque o terá feito... Terá sido pelos mais de 30 comentários que recebeu a criticá-la pela falta de... (como dizer?!) decência? Fica a perguntinha...

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Singin' in the rain


A chuva, lá fora, caía tempestiva, forte e acelerada... Como que com vontades de inundar as ruas e as existências. E eu em casa, quente e agradecida pelo calor, ouvia-a cair lá fora porque gosto quando a ouço do quentinho, protegida...

De repente, a passar pela minha janela, ouço uma voz que canta... Na rua... Não ía acelerada, a voz que cantava... Antes parecia calma e cantava alto com uma alegria que se percebia no interior da minha casa que me protegia...
Sorri... Passava alguém na minha rua, debaixo de uma chuva intensa, e esse alguém cantava como se cantasse num passeio por cenários primaveris...

Quase saí de casa, quase fui para a rua deixar-me molhar pela chuva e cantar também...Mas deixei-me ficar a ouvir as duas músicas... A que ouvia antes, da chuva que caía, e a que me passava à porta numa voz solta e alegre que, estando à chuva... cantava!

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Rodopiar


Vento... Tanto vento! Tudo rodopia no ar. E eu, que olho de dentro como quem olha para fora, observo as coisas a rodopiar.

Quase pergunto ao vento o que vem aí, o que vai ele trazer-me e de onde vem a voar... E ao perguntar (a mim como se fosse ao vento) quase o ouço a falar... Diz-me que me traz presentes e que vêm a voar! Pois... a voar! Não há outra forma de receber coisas do vento que não seja pelo ar...

Daqui, de onde estou, olho para dentro como quem esta cá fora e lá dentro também tenho tudo a rodopiar...

Faz vento lá fora e cá dentro... Tudo voa! Está tudo a voar! E eu espero presentes que venham do ar a rodopiar!

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Mundo à frente


Todos temos passados, histórias mais ou menos felizes que remetem para medos que ficaram ou coragens novas que surgiram.

O que faz as pessoas diferentes é a vontade de terem um outro futuro, mesmo que o passado seja o pior dos passados possíveis.

Rodeio-me de pessoas com bastante frequência e quer-me parecer que o passado lhes é sempre tão mais presente que o presente; e o futuro, pela incógnita que carrega, é só aquilo que será presente um dia.

Não sou assim! O meu passado é o que foi e que conheço por ser meu e já ter andado por lá. Mas não me prendo (mais). Espreito-lhe as imagens como quem olha de mansinho por cima do próprio ombro. Mas onde eu quero ir é para o futuro.

Às vezes parece que todos os que me rodeiam olham para trás e só eu olho em frente. E quando estou nisto, juro que penso que sou eu a estar ao contrário...

Mas não estou, pois não?! (ou estou?!?!)

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Escreves?!


A sério que gostas de cartas? Que bom! Acho bonito que gostes. Eu também gosto, bastante... e já aqui falei delas e expliquei porquê.

Impressionante é o peso que têm... leves, tão leves, e no entanto carregam o peso que pesa o mundo lá dentro. (Sabes, o mundo pesa tudo aquilo que os Homens têm em si)... Emoções, dores, angústias, amizades.... amores... Ai, as cartas de amor! Ainda suspiro pela ideia de (voltar a) receber uma carta de amor!

Gosto que gostes de cartas e até adivinho que adoraria receber uma carta tua porque já percebi que és pessoa de escrever cartas daquelas que pesam. Isto porque as tuas palavras são cheias; têm o peso da humanidade lá dentro!

Um dia desenhas-me a tua morada e eu escrevo-te uma carta. Vai demorar mais a chegar que estas que trocamos mas vai valer a pena! Depois juntas a essas das gavetas e envias-me uma para eu guardar na minha caixinha.

Ainda bem que gostas de cartas! Acho bonito que gostes delas!


Imagem encontrada no Google sem referência ao autor

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Eu, Eva


Sempre tive muito de Eva em mim.
Corro o risco de cair no lugar-comum e afirmo em tom de conversa séria: Apetecem-me sempre os frutos que me estão proibidos.
É uma luta que me dá trabalho, me cansa e, muitas vezes, me entristece mas a verdade é esta: a simplicidade das coisas não me seduz nem um pouquinho.

No entanto, as dificuldades puxam-me como um íman e arrastam-me para dentro de histórias das quais quero sempre sair, mas que fiz tudo para lá entrar.

Corro o risco do lugar-comum porque o assumo como meu. Sempre tive muito de Eva e o mundo todo não me chega porque eu quero o mundo todo e a maçã também.

Imagem de Fátima Vargas

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Rendi-me, mas só desta vez!

Não sou nada destas coisas mas como o Monte me desafiou cá está!

Olhos: a maior parte das vezes são castanhos; mas há alturas que diz que são verdes... Diz que sim...
Cabelos: castanhos escuros a dar pò preto
Altura: diz no BI que são 164cm
Ascendência: alentejana dos costados todos
Signo: Caranguejo mas isto de certeza que está errado!
Sapatos que estou a usar: umas sabrinazinhas simpáticas e muito confortáveis
Fraqueza: as tentações são a minha maior fraqueza! eheheh
Medo: de me sentir sozinha; não de estar sozinha, de me sentir sozinha.
Objectivos que gostaria de alcançar: ui... ficava aqui meia hora. Sou menina pa ter muitos objectivos! :)
Frase que mais uso no Msn: "Tal é essa...?!" (acho eu... mas isto são fases, logo passa!)
Melhor parte do corpo: gostos dos ombros! sempre gostei dos meus ombros
Pepsi ou cola: tanto faz
MacDonald's ou Bob's: comidinha caseira; tal é essa...?!
Café ou Capucino: cafezinho (2 por dia)
Fuma: fumo
Palavrões: sei alguns loololollolol
Perfumes: ultra-violet (o de mulher para usar e o de homem para cheirar! coisa boa...)
Canto: canto, pois! e às vezes também encanto!
Tomo banho todos os dias: sim, sou uma menina muito lavadinha!
Gostava da escola: claro, estava lá o pessoal todo!
Acredito em mim: muito, acredito muito em mim!
Tenho fixação com a saúde: não tenho nenhuma mas devia dar mais importância a isso!
Dou-me bem com os meus pais: dou-me muito bem com a minha mãe e tenho muitas saudades do meu pai
Gosto de tempestades: depende... se eu não estiver lá no meio não tenho nada contra...

No último mês...
Bebi alcool: sem dúvida (se me perguntassem qual o último mês em que não bebi é que não sabia responder!)
Fumei: sim, fumei... querem que reponda o quê?! quantos cigarros?!
Fiz compras: claro! tal é essa...?! alimento-me do ar?
Comi um pacote inteiro de bolachas: não, se calhar nem uma, quanto mais um pacote.
Comi sushi: nem este mês, nem em mês nenhum... Nunca comi (mas tenho curiosidade!)
Chorei: não... nem uma lagriminha! (acho eu!)
Fiz biscoitos caseiros: não sou dada a fazer docinhos
Pintei o cabelo: nem pintei, nem cortei e só não posso dizer que nem passei por nenhum salão de cabeleireiro porque moro por cima de um
Roubei: claro que não roubei nada a ninguém. Nem um beijo (acho eu...)
Número de filhos: nenhum (espera, nenhum não é número...) Zero
Como quero morrer: a dormir (como toda a gente)
Piercings: tenho um furinho no nariz
Tatuagens: não cheguei a fazer por isso já não faço
Quantas vezes o meu nome apareceu no jornal: que eu visse, nenhuma mas se alguém sabe de alguma coisa, digam
Cicatrizes: as normais - joelhos, cabeça! Fui uma criança feliz e tinha uma bicicleta!
Do que me arrependo de ter feito: assim de repente não me lembro de nada! Deve haver alguma coisa... hum..... não sei!
Cor favorita: todas
Disciplina favorita na escola: passei por todas; espera... não, nunca gostei de geografia.
Um lugar onde nunca estive e gostaria de estar: todos os sítios bonitos que existem no mundo por onde eu nunca passei
Matutino ou nocturno: nocturna, sem dúvida! De cada vez que o despertador toca de manhã fico com mais certezas acerca disso!
O que tenho no bolso: um isqueiro
Em dez anos imagino-me: muito, muito, muito feliz

Agora parece que é a minha vez de desafiar alguém. Então aqui fica (desculpem): Tânia, João e Alias.
E agora tudo vai voltar ao normal

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

(às) Descobertas


És qualquer coisa que não sei e seduz-me não saber.

Apetece-me brincar contigo às descobertas de quem somos porque me rio muito quando me fazes companhia.

Um dia sentámo-nos num sofá pequenino e ficámos lá horas a fio. Lançámos gargalhadas, umas atrás de outras, e eu estava feliz... Daquela felicidade das pequenas coisas e dos momentos. Apeteceu-me, todos os minutos dessas horas, beijar-te mas deixei-me ficar naquele sofá pequenino e não aconteceu nem um beijo... Mas eu estava feliz por brincar contigo às descobertas e de lançar gargalhadas (umas atrás das outras) nessas horas.

Talvez um dia te conheça realmente e conheça sem dúvidas a tua intimidade... Se isso acontecer, espero que ainda tenhamos as gargalhadas!

Aquelas, como as do sofá pequenino...

Imagem encontrada no Google sem referência a autor

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Silêncio


Não tenho tido nada a escrever. Digo isto com tanta força que quase acredito quando digo não ter nada a escrever.

Não tenho dito nada. Pus as mãos caladas e a ideia a acreditar que tudo era silêncio.

Porque o sinto... Não aquele silêncio que me apetecia, o da calmaria, aquele que conforta por não serem precisas palavras para se terem conversas longas e aprazíveis. Não... Não é esse que me habita!

Tenho em mim o aterrador silêncio da não-paixão... eu, que sou de paixões, preciso deixá-las falar em mim e de ouvi-las no silêncio das horas ocas.

Preciso do (teu) olhar sobre mim e do meu olhar a perder-se em sonhos de amores, de beijos, de toque e de carne.

Não quero este silêncio que me assusta. Quero (esses teus) olhos a chamarem por mim e a pedirem-me para ir! Eu vou... Claro que vou!

(Apareces para me chamar?! Prometo que ouço logo!)

Tudo cá dentro é silêncio... tanto silêncio!

sexta-feira, 27 de julho de 2007

Fora (de mim)


Jogo fora todo o amor que me deste. Amarroto as cartas que nunca me escreveste, desfaço em pedaços as rosas vermelhas que nunca te pedi! Além do mais, queria-as brancas, porque é das brancas que eu gosto e são as que me comovem. Deito fora as vermelhas que nunca recebi e só em sonhos pus em jarras que me enfeitavam a casa de amor... O amor que me deste e que eu nunca recebi. Rasgo em pedaços os recados de "Jantar esta noite?! Cozinho eu!" e os de "Amo-te!" que me deixavas presos aos ímans de frigorífico e em todos os sítios onde eu só descobria dias mais tarde, em dias de limpeza do ninho que nunca houve. Apago do telemóvel as centenas de mensagens tuas com declarações de amor e com provocações devassas que me acendiam a alma e que me incendiavam o corpo! Apago-as todas... como se as tivesse recebido. No final parto as molduras e apanho os cacos sem tirar de lá as fotografias onde apareciamos juntos e felizes a contar às máquinas fotográficas quão grande era o amor que sentiamos um pelo outro. Para o lixo essas fotografias que nunca houve, como não houve as confissões às máquinas fotográficas.

Arranco-te de mim a ti e a todo o amor que me deste... esse que não recebi...

terça-feira, 10 de julho de 2007

Celebro


Claro que celebro! Celebro a vida, os dias deste ano que passou e os de todos os outros que já estão mais longe mas que fui eu a vivê-los com a intensidade que eu tenho de viver todos os dias!
Claro que celebro! Celebro o caminho que fiz desde o ano passado e todos os passos que dei mesmo quando me parecia tão mais fácil ficar quieta e parada! Celebro porque não parei!
Claro que celebro! Celebro os amigos que se mantiveram e os que surgiram de novo e me invadiram a vida e me fizeram sorrir, emocionar... os que me tocaram de alguma forma! Celebro a família que me ama tanto como eu os amo a eles e que me amparam sempre, mesmo quando não preciso de ninguém que me ampare.
Claro que celebro! Celebro até as lágrimas,os medos, os desamores, o querer mais e ser sozinha a querê-lo, porque estes também são episódios e são meus! E não foram muitos (ainda bem) e por isso os celebro!
Claro que celebro! Realizei um sonho e continuo a realizá-lo neste ano que passou! Anos mágicos, os que confundem os sonhos ao torná-los reais...
Claro...Claro que celebro! Mais um ano de vida, mais um que chega... tão novo... tão pronto como páginas brancas a pedirem que as escrevam!
Parabéns a mim porque eu adoro fazer anos e celebro... claro que celebro! Como podia não celebrar a vida?!

quinta-feira, 28 de junho de 2007

Botões de nós


Como é que se olha para ti sem que dispare este quase alarme... Sem estes trémulos de mãos e de coração, sem que surja, intempestiva, a lembrança daquela noite...

Aquela.. Aquela noite que foi de todas a mais perfeita, a dos olhos apaixonados, do sorriso por inteiro, da vontade de sempre, do "Deixa-me olhar para ti..." que me soltaste do nada, ou do Tudo (quem sabe o que pensavas nessa altura...).

Onde se fecha uma memória destas? Para onde se joga este pedaço de vida a que me agarro com a força dos dedos, das mãos, dos braços, dos pés, das pernas, de mim...

Onde se desliga este turbilhão que me assalta no mesmo momento em que (apenas) te pouso os olhos nos ombros, no peito onde (re)pousei tantas vezes, nos olhos?

Onde me desligo a mim, já que não há botão mágico que possa desligar-te a ti?...

Foto de Daniel Oliveira

sexta-feira, 15 de junho de 2007

Segredo


Gosto de Ti!

Vim só aqui gritar este Gosto de Ti porque sei que é grito que não te chegará. Mas precisava dizê-lo, gritá-lo, saber que saía de mim este segredo que não podes saber.

Não sei medir bem as dimensões deste meu gostar de ti... Nem sei se precisarei de medi-las... Para quê saber-lhe os pormenores? De nada me servirá porque é segredo que não te posso contar...

Mas gostO, gosTO, goSTO, gOSTO, GOSTO!!!!!!! AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH

Solto este grito de gostar de ti como se lançasse ao vento a minha vontade de me vires no regresso do vento que me leva o grito de agora...

Gosto de ti...

Que bem que sabe gritá-lo mesmo sabendo que os teus olhos serão surdos a este grito... Assim grito o meu segredo!

Imagem encontrada no Google sem referência ao autor

terça-feira, 29 de maio de 2007

Sei lá o quê


Hoje notei-te um 'Sei lá o Quê' que nunca antes te tinha reparado... Uma coisa qualquer que me veio colada a um suspiro que não dei, para poder disfarçar este sei lá o quê que senti vertiginosamente.

Já te olhei muitas vezes... Todas as que também olhavas para mim e fomos isso mesmo, um olhar para os lados de fora um do outro. Mas hoje, que me apareceste sem aviso, notei-te um sei lá o quê que, se tivesse notado antes, talvez pudesse mudar esta história que vivemos do lado de fora de nós.

Tive uma secreta vontade de te descobrir melhor... Quase te convidei para jantar, quase te convidei para mais uns beijos, mas estes entre mais palavras (as que nunca dissemos sobre quem somos nos lados de dentro).

Esse sei lá o quê que te notei hoje fez-me apetecer-te... Quase te convidei para jantar, quase te pedi um abraço, quase te dei um beijo... quase te disse que te notei sei lá o quê que nunca tinha notado!

Voltas?! Talvez na próxima te convide, te peça, te dê... talvez na próxima te diga...

Imagem encontrada no Google sem referência ao autor

terça-feira, 22 de maio de 2007

Escuro


É no escuro que ainda te recordo. Quando se acendem as luzes do dia e, com mais ou menos brilho, o sol lá vai lançando os seus raios sobre quem abre as janelas ao amanhecer, quase me convenço que já o meu coração te abandonou noutros cantos que não os do amor e do desejo ou da saudade... Mas quando as luzes se apagam, quando não me vejo e só me sinto a sentir-me, percebo que ainda deambulas cá dentro sem hora marcada para partires para outros lados do coração onde não sinta tanto a tua falta...

Às vezes nem preciso da escuridão total para te sentir a ausência... Basta menos brilho do Sol, basta um dia como o de hoje, para me voltarem os desejos ávidos pelos braços que já me abraçaram tão bem... Mas isso é só às vezes...

No escuro é que não há maneira de evitar... A tua falta faz-me cortes pequeninos na pele como se me estilhassassem a alma...

No escuro... Ainda habitas o meu escuro que é o lugar onde sou eu com mais verdade...

Imagem encontrada no Google sem referência ao autor

segunda-feira, 7 de maio de 2007

Chegaste


Não sei de onde me surgiste assim tão incrivelmente doce e apetecível, nem tampouco sei porque me surgiste agora e não antes, mas a verdade é que não me importa nem um pouco sabê-lo... Alegro-me por teres aparecido como quem veio do nada e te andes a manter como quem tem vontade de não sair nunca destes meus braços que já esmoreciam.

Sabes, gosto particularmente quando me enrolas no meio de ti como se eu fosse um prolongamento dos teus braços, das tuas pernas, dessas costas que eu gosto de tocar com a delicadeza de quem toca as teclas de um piano. Envolves-me como se eu fosse uma parte de ti, tudo com a doçura de quem também pede para ser envolvido e com o olhar cheio de vontades de mim...

Não sei de onde vieste até chegares a mim e, acredita, não me interessa... Chegaste!... E isso basta-me aos sentidos...

Imagem encontrada no Google sem referência ao autor

terça-feira, 24 de abril de 2007

Abril, Abril...


Amanhã comemora-se o Dia da Liberdade em português e em Portugal e parece-me importante reflectir um pouco acerca disso!
Especialmente numa altura em que os movimentos de direita (a extrema!) parecem movimentar-se mais, habitam com maior frequência as páginas dos jornais e das notícias televisivas, e (até!) colocam cartazes nas ruas... Fazem-se ouvir e parece que há quem os ouça!
E não me deixa mais tranquila o facto de a Polícia Judiciária, com uma mega operação, tenha identificado e detido várias pessoas... Não me deixa mais tranquila porque esses grupos são extremamente organizados...
Tem graça... Antes da liberdade, dos cravos e dos capitães, as sociedades secretas eram aquelas que lutavam por valores maiores como as igualdades, os direitos, as opiniões... Hoje, estes grupos organizados de extrema direita lutam pelo contrário, mas parecem movimentar-se bem melhor que os resistentes ao regime do Estado novo se movimentavam na altura! Vale-lhes a liberdade...
Num altura, dizia eu, em que os movimentos de extrema direita se movimentam nitidamente (estão a ficar cada vez menos secretos!) e em que, num programa da televisão pública, Salazar foi eleito com uma valente maioria, como o maior português de sempre (quê?!), acho que, cada vez mais, se deve lembrar e fazer lembrar a liberdade e os valores que fizeram da revolução de Abril um marco fundamental e incontornável na nossa História.
Sei que a grande maioria dos jovens é desinteressada... Não votam, não querem saber... Os direitos de antena são oportunidade para fazer um "zappingzinho" pelos canais do cabo! E se este é o interesse em relação aos dias de hoje, que se poderá dizer do interesse que têm pelo que foram os dia de ontem! Eu, que desde pequenina sempre quis saber como era a vida dos meus pais, dos meus avós, de toda a gente antes de eu ter nascido, cedo percebi que alguma coisa esteve muito mal e que, a certa altura, algo maior veio mudar isso!

Sempre dei valor a Abril e preocupa-me, preocupa-me muito, que se esteja a esquecer a Revolução... Será que vão ficar só os cravos? É que isso é o que menos importa...

Imagem encontrada no Google sem referência ao autor

quarta-feira, 18 de abril de 2007

Agarra-me!


Agarra-me e beija-me de uma vez... Não percas tempo; deixa os jogos de lado, esquece-te das palavras, não procures as adequadas, não penses demais nem me deixes pensar...
Agarra-me, simplesmente, e beija-me os lábios...
Não te percas nos mundos das seduções perfeitas, não apalpes terrenos que eu não te deixo saberes como são estes que tentas conhecer devagarinho...
Faz assim: agarra-me e beija-me!
Não me dês tempo de me racionalizar, de te racionalizar... Não me deixes racionalizar nada porque eu sou capaz de me perder entretanto...
Simplesmente agarra-me... assim como quem agarra uma vontade maior e beija-me como se todo tu fosses vontade de saber o que é beijar-me!

segunda-feira, 16 de abril de 2007

Estranha Primavera


Há qualquer coisa no estranho modo como sopra o vento que me deixa triste... Não vejo nos movimentos das folhas das árvores nada que me faça pensar que os meus sonhos também vão no vento e voam, flutuam nas realidades e misturam-se com elas...

Estranha Primavera... Nada neste vento suave me fala de vontades satisfeitas, como em anos que já foram... Ao contrário; bem ao contrário! Parece querer-me levar os sonhos e as vontades para longe, este vento que me sopra nos cabelos de modo estranho e diferente de outros anos...

Recolho-me a casa e fecho as janelas! Não quero os meus sonhos a voar até parte incerta; recuso-me a perdê-los e prendo-os no momento em que fecho as janelas e as portas de casa e lhes recuso as brisas!

E assim fecho-os a eles... E não sei que fazer, porque me fechei com eles...

Estranha Primavera... quase Outono, quase Inverno...

Imagem encontrada no Google sem referência ao autor

domingo, 1 de abril de 2007

Um ano



Começou fez ontem um ano! Nasceu este espaço, esta praia que me lembrei de criar para mim e que fui sempre arranjando para os outros que começaram a vir visitar-me, com maior ou menor frequência!
Escrevi os jardins que estão depois das areias, os horizontes onde se sonha chegar,os sonhos que já não se querem e os que nunca vão desaparecer!
Escrevi as noites em claro que sabem bem... e as que sabem mal...
Escrevi-me a mim, escrevi-te a ti... e a ti... e a ti...
Escrevi as coisas que mudam, e as que ficam sempre na mesma.
Escrevi para ti, para ti, para ti, para ti, para ti, para vocês e para vocês...
Nunca deixei os cadernos, as folhas soltas, os blocos de notas! Nem os lápis, as esferográficas... E desses cadernos, já lhes perdi a conta ao tempo!
Mas aqui... Aqui foi onde comecei a dar-me a ler! E fez ontem um ano que começou... Obrigada a quem me leu! Obrigada e parabéns! Porque fez ontem um ano, esta minha/nossa Praia Deserta!

Imagem encontrada no Google sem referência ao autor