
Não tenho tido nada a escrever. Digo isto com tanta força que quase acredito quando digo não ter nada a escrever.
Não tenho dito nada. Pus as mãos caladas e a ideia a acreditar que tudo era silêncio.
Porque o sinto... Não aquele silêncio que me apetecia, o da calmaria, aquele que conforta por não serem precisas palavras para se terem conversas longas e aprazíveis. Não... Não é esse que me habita!
Tenho em mim o aterrador silêncio da não-paixão... eu, que sou de paixões, preciso deixá-las falar em mim e de ouvi-las no silêncio das horas ocas.
Preciso do (teu) olhar sobre mim e do meu olhar a perder-se em sonhos de amores, de beijos, de toque e de carne.
Não quero este silêncio que me assusta. Quero (esses teus) olhos a chamarem por mim e a pedirem-me para ir! Eu vou... Claro que vou!
(Apareces para me chamar?! Prometo que ouço logo!)
Tudo cá dentro é silêncio... tanto silêncio!
9 comentários:
Respeito o teu silêncio!
Mas gosto quase tanto de te ler como de te ouvir.
Bjs
rrrrrau, nem os ossinhos sobram...:)um grande beijinho muito ruidoso do migalho
...ui...
acho que é a primeira vez que não sei o que hei de escrever para comentar-te...vou optar pelo teu bom discernimento e para lembrar-te que se não ouves é para não ser ouvido e se te calas é porque não quererias realmente falar!
bjocas
Não comento muito, apareço em silêncio e vou ficando.
Hoje o som dos Gogol fez despertar em mim a vontade de "gritar": VIVA!
Que lindo silêncio...
não sei se encaixa mto nas tuas palavras, mas fizeram-me lembrar este bonito poema do Fernando Pessoa:
O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
Mas não lhe sabe falar.
Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de *dizer.
Fala: parece que mente
Cala: parece esquecer
Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
Pr'a saber que a estão a amar!
Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!
Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar...
bjinhos, gostos de ler o teu blog;)
uau!!!
a paixão das tuas palavras é quase palpável! Muito bom! beijinhuus
Bem, atravesso uma fase igual:
"Tudo cá dentro é silêncio... tanto silêncio!"
beijos grandes e até breve!
Deixo-te uma pegada...
Gostei do que li
Enviar um comentário