segunda-feira, 21 de agosto de 2006

Aquela rua


A rua que eu olho a toda a hora é banal... Não tem nada que a torne especial... Não é rodeada por jardins, nem tem magias no caminho que toma até se acabar... É normal, e até um bocado suja, mas é nela que ponho os olhos a toda a hora à espera de ver os teus passos a dirigirem-se a mim...
Olho a rua a toda a hora, à procura do que não encontro, porque os pés que pisam sem parar aquela rua nunca são os teus... São sempre outros passos a atravessar aquela rua sem magias nem encantos!
Já não sei se espero os teus passos... Acho que já olho a rua porque me habituei a olhá-la... a ela, e aos pés que a pisam sem parar!
Mas olho aquela rua porque é a única que vai ao meu encontro... Para virem até mim, têm que vir por ela e pisar-lhe o chão!
Esta rua é o caminho até mim, e eu, que a olho sempre, vejo-a sempre deserta embora esteja sempre cheia de pés!
Há pouco lembrei-me que a mesma rua pode encher-se de encantos com outros passos... Porquê esperar pelos teus?!

2 comentários:

João Barbosa disse...

os passos são de passar. até ao dia em que uns passos sejam de ficar.

Nuno Martins disse...

Essa rua não é banal por um motivo apenas, TU OLHAS PARA ELA!!!
Portanto, esses pés que tu tanto esperas, devem estar quase aí a chegar...

mil beijos