terça-feira, 11 de setembro de 2007

Silêncio


Não tenho tido nada a escrever. Digo isto com tanta força que quase acredito quando digo não ter nada a escrever.

Não tenho dito nada. Pus as mãos caladas e a ideia a acreditar que tudo era silêncio.

Porque o sinto... Não aquele silêncio que me apetecia, o da calmaria, aquele que conforta por não serem precisas palavras para se terem conversas longas e aprazíveis. Não... Não é esse que me habita!

Tenho em mim o aterrador silêncio da não-paixão... eu, que sou de paixões, preciso deixá-las falar em mim e de ouvi-las no silêncio das horas ocas.

Preciso do (teu) olhar sobre mim e do meu olhar a perder-se em sonhos de amores, de beijos, de toque e de carne.

Não quero este silêncio que me assusta. Quero (esses teus) olhos a chamarem por mim e a pedirem-me para ir! Eu vou... Claro que vou!

(Apareces para me chamar?! Prometo que ouço logo!)

Tudo cá dentro é silêncio... tanto silêncio!

9 comentários:

Alias disse...

Respeito o teu silêncio!
Mas gosto quase tanto de te ler como de te ouvir.
Bjs

Anónimo disse...

rrrrrau, nem os ossinhos sobram...:)um grande beijinho muito ruidoso do migalho

perdida em Faro disse...

...ui...
acho que é a primeira vez que não sei o que hei de escrever para comentar-te...vou optar pelo teu bom discernimento e para lembrar-te que se não ouves é para não ser ouvido e se te calas é porque não quererias realmente falar!
bjocas

margarida disse...

Não comento muito, apareço em silêncio e vou ficando.
Hoje o som dos Gogol fez despertar em mim a vontade de "gritar": VIVA!

Ricardo disse...

Que lindo silêncio...

Anónimo disse...

não sei se encaixa mto nas tuas palavras, mas fizeram-me lembrar este bonito poema do Fernando Pessoa:

O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
Mas não lhe sabe falar.
Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de *dizer.
Fala: parece que mente
Cala: parece esquecer

Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
Pr'a saber que a estão a amar!

Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!

Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar...

bjinhos, gostos de ler o teu blog;)

Anónimo disse...

uau!!!
a paixão das tuas palavras é quase palpável! Muito bom! beijinhuus

Lilis disse...

Bem, atravesso uma fase igual:

"Tudo cá dentro é silêncio... tanto silêncio!"

beijos grandes e até breve!

Simone disse...

Deixo-te uma pegada...
Gostei do que li